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Dólar sobe e fecha a R$ 5,68, com tarifaço e decisões de juros no Brasil e nos EUA no radar; Ibovespa cai

A moeda norte-americana avançou 0,63%, cotada a R$ 5,6893. Já a bolsa encerrou em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos. Dólar freepik O dólar fechou em alta n...

Dólar sobe e fecha a R$ 5,68, com tarifaço e decisões de juros no Brasil e nos EUA no radar; Ibovespa cai
Dólar sobe e fecha a R$ 5,68, com tarifaço e decisões de juros no Brasil e nos EUA no radar; Ibovespa cai (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana avançou 0,63%, cotada a R$ 5,6893. Já a bolsa encerrou em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos. Dólar freepik O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (5), cotado a R$ 5,68, conforme investidores seguiam em compasso de espera pelas novas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, previstas para esta semana. Na quarta-feira, tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciarão suas respectivas taxas básicas de juros, que servem de referência para todos os juros praticados, inclusive os de investimentos. Por aqui, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) siga no seu ciclo de alta nos juros, levando a taxa Selic para um patamar próximo de 15% ao ano. Hoje, a taxa Selic está em 14,25% ao ano. Os juros estão em trajetória de alta no país por conta de uma pressão persistente nos preços, que levou a inflação a encerrar acima da meta do BC no ano passado e dá sinais de que pode encerrar 2025 também em um nível maior que o desejado. Até onde vai a taxa Selic? Inflação deve levar juros a 15% ao ano em 2025 Já nos EUA, a expetativa dos investidores é que o Fed mantenha suas taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano. Mas mais do que as indicações sobre os juros, o mercado deve acompanhar com atenção o que a instituição vai sinalizar sobre o cenário econômico e de juros do país, por conta da política tarifária de Trump. Nesse sentido, os desdobramentos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também seguiam no radar. Segundo agências de notícias internacionais, Trump pode iniciar acordos para evitar as tarifas ainda nesta semana. Neste domingo (4), O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para discutir um possível acordo entre os países. O Brasil foi taxado em 10% na política de tarifas recíprocas de Trump, que acusou o país de aplicar taxas e restrições pesadas sobre os EUA. Haddad disse que a conversa foi de "alto nível" e que Bessent "demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante". O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar subiu 0,63%, cotado a R$ 5,6893. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: alta de 0,63% na semana; avanço de 0,22% no mês; e perda de 7,94% no ano. Na sexta-feira (2), a moeda americana fechou em baixa de 0,41%, aos R$ 5,6538. a 📈Ibovespa Já o Ibovespa encerrou em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: recuo de 1,22% na semana; queda de 1,17% no mês; e ganho de 10,98% no ano. Na sexta-feira, o índice fechou em alta de 0,05%, aos 135.134 pontos. O que está mexendo com os mercados? O tarifaço de Donald Trump e a expectativa pelas novas decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos são os fatores que guiam o mercado neste início de semana. No Brasil, o Copom já havia previsto, em sua última reunião, uma nova alta da taxa Selic. Para o encontro desta quarta-feira, o mercado espera que a instituição leve os juros para o patamar de 14,25% ao ano. Segundo relatório da XP Investimentos, "a dúvida reside na comunicação para a próxima reunião, isto é, se indicarão ou não altas de juros adiante". Ou seja, o mercado quer saber se o Copom já vai indicar uma nova alta para os juros nos próximos meses ou se mudará seu discurso. Parte dos especialistas acredita que a taxa Selic deve continuar subindo e que pode até ultrapassar o nível de 15% ao ano. Já nos EUA, a previsão do mercado é que o Fed mantenha as taxas inalteradas. Por lá, diz a XP, o mercado vai se atentar às "sinalizações futuras, ante cenário mais desafiador para crescimento econômico e inflação, após as escaladas tarifárias recentes". As tarifas de Trump sobre os produtos importados que chegam aos EUA elevam as perspectivas de inflação no país — já que podem deixar tudo mais caro —, além de gerar uma expectativa de redução no consumo e, consequentemente, na atividade econômica. No domingo (4), em mais um episódio do tarifaço, Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos. Uma maior diferença de juros entre Brasil e EUA tornam a rentabilidade dos títulos públicos brasileiros mais atrativa do que os americanos, o que pode trazer mais investimentos ao país e valorizar o real em relação ao dólar. Investidores também reagem à possibilidade de acordos comerciais para evitar o tarifaço entre EUA e outros países. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo que conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a política tarifária americana, apontando que os dois países estão negociando os "termos de um entendimento" em relação à questão. Falando a jornalistas em visita a Los Angeles para tratar sobre investimentos em data centers, Haddad disse que conversou com Bessent "em nome da região", uma vez que, segundo ele, "não faz sentido" a imposição de tarifas sobre a América do Sul por conta dos déficits comerciais que os países possuem com os EUA. "O mais importante nesse momento é dizer que nós estamos em uma mesa negociando os termos de um entendimento... Eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante", disse o ministro. *Com informações da agência de notícias Reuters