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Déficit das contas externas mais que dobra no 1º bimestre, diz BC; entenda o que isso significa

Em geral, rombo maior tem relação com o crescimento da economia. Balança comercial piorou no período – ou seja, Brasil importou mais e exportou menos, jog...

Déficit das contas externas mais que dobra no 1º bimestre, diz BC; entenda o que isso significa
Déficit das contas externas mais que dobra no 1º bimestre, diz BC; entenda o que isso significa (Foto: Reprodução)

Em geral, rombo maior tem relação com o crescimento da economia. Balança comercial piorou no período – ou seja, Brasil importou mais e exportou menos, jogando dinheiro para fora do país. O rombo das contas externas brasileiras mais que dobrou no primeiro bimestre deste ano, ao mesmo tempo em que o investimento estrangeiro direto no país registrou pequeno aumento, informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (26). De acordo com a instituição, as contas externas, isto é, transações correntes, registraram um déficit de US$ 17,31 bilhões nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com US$ 8,31 bilhões no mesmo período do ano passado. O rombo mais do que dobrou no período. 🔎 O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por: balança comercial: que é o comércio de produtos entre o Brasil e outros países; serviços: adquiridos por brasileiros no exterior; e rendas: remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior. 🔎 Um déficit no balanço de pagamentos significa que o Brasil enviou mais dinheiro pra fora – importando bens e serviços e transferindo lucros, por exemplo – do que recebeu dinheiro do exterior (sem contar a conta financeira, que engloba os investimentos estrangeiros). 🔎O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe A piora das contas externas, no primeiro bimestre, está relacionada principalmente com o desempenho da balança comercial, que teve superávit de US$ 340 milhões. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi de US$ 9,95 bilhões. ➡️Levando em consideração todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou cerca de US$ 60 bilhões (valor revisado). ➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, na semana passada, um rombo de US$ 58 bilhões. Superávit da balança comercial em 2024 recua, mas saldo é o segundo melhor da história Investimentos estrangeiros diretos O BC também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram pequeno aumento no primeiro bimestre deste ano. Os estrangeiros trouxeram US$ 15,8 bilhões em investimentos nos dois primeiros meses de 2025, contra US$ 14,4 bilhões no mesmo período de 2024. Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para "financiar" o rombo das contas externas de US$ 17,3 bilhões registrado no mesmo período. Quando isso acontece, o país tem de se apoiar em outros fluxos de recursos, como aplicações financeiras, para financiar a diferença. A diferença, entretanto, foi modesta. ➡️No ano passado completo, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 71,1 bilhões. ➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, na semana passada, um valor de US$ 70 bilhões.